Como fazer escolhas saudáveis? Conheça a Classificação NOVA e o processamento dos alimentos

By 6 de outubro de 2022 Alimentação saudável

Muitas vezes na hora de fazer suas compras no supermercado, pode bater aquela dúvida: será que esse alimento é realmente saudável? Agora, você vai conhecer a classificação NOVA, que vai te ajudar a identificar o nível de processamento de alimentos que consumimos.

Como aponta o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (NUPENS/USP), a NOVA surgiu com o intuito de classificar os produtos alimentícios de acordo com a extensão e o propósito do seu processamento.

Essa classificação serviu como base para as recomendações propostas na segunda edição do Guia Alimentar para a População Brasileira, documento, publicado em 2014, que reúne importantes diretrizes para as políticas públicas no âmbito da nutrição e saúde em nosso país.

Esse modelo de classificação é defendido por pesquisadores de todo o mundo e amparou a inspiração de documentos semelhantes em diversos países, como França, Israel, Canadá, México, Chile e Uruguai.

Por meio da conceituação do termo “alimento ultraprocessado” e sua consequente popularização na realização de pesquisas científicas nessa área, atualmente podemos ter uma visão mais completa dos impactos do consumo dos diferentes tipos de alimentos categorizados pela classificação NOVA em nossa saúde e qualidade de vida.

A partir deste conhecimento, podemos priorizar escolhas alimentares mais saudáveis e benéficas para nossa saúde a longo prazo.

Quer saber como a NOVA pode te ajudar na prática a selecionar os melhores produtos alimentícios para sua saúde e de sua família? Então, continue a leitura deste artigo.

Conheça os grupos alimentares da classificação NOVA

Como já foi pontuado, a NOVA é uma ferramenta que busca agrupar os alimentos levando em consideração o grau de processamento que estes passaram antes de chegar em nossa mesa.

Confira os detalhes das quatro categorias alimentares propostas pela classificação NOVA:

GRUPO 1 –  Alimentos in natura ou minimamente processados

Na categorização de alimentos in natura encaixam-se todos aqueles que temos acesso diretamente da natureza, como frutas, raízes, folhas e sementes, assim como as carnes de animais, ovos e leite. Esta categoria ainda inclui algas e cogumelos.

Já os alimentos minimamente processados são aqueles in natura que necessitam de poucos processos antes de serem consumidos, porém não recebem a adição de outros ingredientes, como sal ou açúcar. Para exemplificar, podemos citar os grãos de feijão que são limpos e embalados, o trigo transformado em farinha, o café torrado e as carnes resfriadas.

Esses são processos realizados com intuito apenas de aumentar a duração e facilitar o consumo, sem ter como foco alterar significativamente as propriedades do alimento.

GRUPO 2 – Ingredientes culinários processados

Durante o preparo de cozimento dos alimentos do Grupo 1, alimentos in natura e minimamente processados, precisamos temperar essas comidas. Nesta etapa, entram os alimentos do Grupo 2 que são substâncias extraídas da categorização anterior por meio de procedimentos a exemplo da prensagem, centrifugação e concentração.

São os alimentos deste grupo que possibilitam transformar os alimentos do Grupo 1 em refeições saborosas, e desde que usados em pequenas e moderadas quantidades são compatíveis com um estilo de alimentação saudável.

Como exemplos de alimentos culinários processados podemos elencar a manteiga, o azeite de oliva, açúcar e o sal.

GRUPO 3 – Alimentos processados

Essa categoria é formada por alimentos do Grupo 1 alterados por meio de processos industriais simples, que poderiam, inclusive, ser realizados em casa, ao adicionar substâncias do Grupo 2, como açúcar, sal ou gordura.

Esses processos podem ajudar a aumentar o tempo de conservação dos alimentos originais, além de diversificar nossa dieta.

Fazem parte dos alimentos processados as conservas de legumes, queijos, pão francês ou pães artesanais e as frutas em calda.

Importante atentar para o consumo equilibrado de alimentos do Grupo 3 para a garantia de uma alimentação balanceada e saudável.

GRUPO 4 – Alimentos e bebidas ultraprocessados

Os chamados alimentos ultraprocessados não podem ser considerados como propriamente alimentos, constituem, na verdade, formulações a partir da mistura de diversas substâncias.

Frequentemente contam com o acréscimo de corantes, aromatizantes, emulsificantes, espessantes, entre outros aditivos. Além de ter por objetivo imitar propriedades sensoriais de alimentos do Grupo 1, como sabor ou aroma, essa adição de substâncias também pode ser utilizada para disfarçar características desagradáveis do produto final.

Neste grupo, encontram-se refrigerantes, bebidas lácteas, néctar de frutas, misturas em pó para preparação de bebidas com sabor de frutas, ‘salgadinhos de pacote, doces e chocolates, barras de “cereal”, sorvetes, pães e outros panificados embalados, margarinas e outros substitutos de manteiga, bolachas ou biscoitos, bolos e misturas para bolos, “cereais” matinais, tortas, pratos de massa e pizzas pré-preparadas, nuggets de frango e peixe, salsichas, hambúrgueres e outros produtos de carne reconstituída, macarrão instantâneo, misturas em pó para preparação de sopas ou sobremesas e muitos outros produtos.

Importância da classificação NOVA na hora de escolher os alimentos

Por meio da classificação NOVA, é possível entender o nível de processamento e a qualidade nutricional de cada alimento, entendendo seus benefícios e malefícios na busca por uma alimentação mais saudável.

Neste contexto, ler os rótulos e conhecer a composição nutricional de cada produto nos ajuda a fazer melhores escolhas alimentares.

A maioria dos alimentos ultraprocessados são fabricados com excessos de aditivos e também de açúcares, gorduras saturadas e sódio.

Mesmo em situações que apontam a adição de vitaminas e minerais como cálcio, ferro, ácido fólico, vitamina A, B, por vezes acrescidas sinteticamente, a lista de ingredientes ainda sim pode ser prejudicial para saúde e qualidade de vida.

Além disso, pode terem alto teor de açúcar, sal ou gorduras, são alimentos que podem facilmente induzir a excessos alimentares, contribuindo para o aumento do peso.

Por isso, na hora das compras procure dar prioridade para alimentos dos Grupos 1, 2 e 3, e minimizar o papel dos alimentos do Grupo 4, os ultraprocessados, na composição da sua dieta.

Continue acompanhando outros conteúdos do nosso blog para saber mais sobre saúde e nutrição. Não se esqueça de compartilhar essas informações com outras pessoas que possam considerá-las relevantes.

Referências e sugestão de leitura:

Guia Alimentar para População Brasileira (2014), disponível em:  https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf

Carolina Favaron

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