É consenso científico que a adoção de uma alimentação saudável, por meio de uma dieta anti-inflamatória, pode trazer uma série de benefícios à saúde, inclusive auxiliar no tratamento da obesidade.
Mais do que uma dieta da moda, a dieta anti-inflamatória é um processo de reeducação alimentar que tem como foco a ingestão de alimentos naturais priorizando o consumo de gorduras saudáveis, fibras, hortaliças, frutas e carboidratos de boa qualidade e com carga glicêmica baixa.
Esses alimentos fornecem substâncias com propriedades funcionais, como antioxidantes, que ajudam a combater naturalmente os processos inflamatórios do organismo, que podem ser comuns tanto na obesidade, como em outras condições de saúde, a exemplo da diabetes tipo II, hipertensão e doenças cardiovasculares.
A inflamação é uma resposta natural do nosso organismo à alguns distúrbios e pode ser agravada com o consumo rotineiro de alimentos ricos em gorduras saturadas ou trans, agrotóxicos ou aditivos alimentares, como corantes, emulsificantes e conservantes artificiais, presentes sobretudo em produtos alimentícios ultraprocessados.
A longo prazo, esse processo inflamatório invisível no nosso corpo pode tornar-se crônico e predispor a uma série de sintomas e doenças, como enxaqueca, artrite, Alzheimer, entre outros. Além disso, no cérebro (especificamente, no hipotálamo) pode prejudicar o equilíbrio de hormônios relacionados com a fome e saciedade, consequentemente aumentando o apetite.
Como fazer uma dieta anti-inflamatória na prática para tratar a obesidade?
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de um bilhão de adultos, em todo o planeta, estão com sobrepeso, destes, 500 milhões são considerados com obesidade.
A doença atinge também as crianças: mais de 40 milhões com idade até cinco anos estão acima do peso.
Estima-se que até 2025, 2,3 bilhões de adultos ao redor do mundo estejam com excesso de peso.
Além de várias complicações de saúde e o estigma social da obesidade que pode afetar a saúde mental, a condição diminui a expectativa e a qualidade de vida.
Para iniciar uma dieta anti-inflamatória que auxilia no tratamento da obesidade, o primeiro passo é contar com acompanhamento de um nutricionista para elaboração de um plano alimentar individualizado e também avaliação de taxas hormonais e metabólicas, através de exames.
Na sequência, é preciso reduzir (e muito!) do cardápio alimentos industrializados que colaboram com o processo de inflamação, entre eles:
- Refrigerantes e sucos de caixinha adoçados;
- Alimentos ricos em açúcar, a exemplo sorvetes e doces;
- Carboidratos refinados, como pão de forma e biscoitos;
- Carnes processadas, como salsicha, mortadela e embutidos;
- Bebidas alcoólicas.
As técnicas usadas na preparação dos alimentos da dieta anti-inflamatória também são importantes. Sempre que possível, deve-se optar por consumir os alimentos crus ou cozidos no vapor. Grelhados e assados podem ser consumidos em uma menor proporção, pois essa técnica também aumenta a presença de substâncias mais inflamatórias nos alimentos.
O que comer na dieta anti-inflamatória?
Uma boa notícia é que como prioriza os alimentos naturais, a dieta anti-inflamatória possui uma ampla relação de alimentos que podem ser inseridos no dia-a-dia.
A seguir, confira uma relação de alimentos que fazem parte de uma dieta anti-inflamatória:
- Peixes ricos em ômega-3: salmão, atum, arenque, sardinha e cavalinha;
- Leguminosas: feijão, lentilha, ervilha e grão de bico;
- Sementes e grãos integrais: chia, linhaça, gergelim, gérmen de trigo, quinua, amaranto;
- Oleaginosas: castanhas, avelã, nozes e amêndoas;
- Legumes e vegetais: tomate, gengibre, couve-flor, nabo, rabanete, repolho, cenoura, abóbora, espinafre, rúcula, brócolis, agrião, escarola e couve;
- Frutas vermelhas: morango, romã, melancia, cereja e uva;
- Frutas ricas em vitamina C: laranja, kiwi, acerola, limão, goiaba, tangerina, maracujá, caju, melão, mexerica, mamão e acerola;
- Óleos: azeite de oliva extravirgem e óleo de coco;
- Chás: chá-verde, chá de alecrim, chá de gengibre, chá de erva doce;
- Especiarias: açafrão, cúrcuma e curry;
- Probióticos: iogurte natural, kombucha e kefir.
Cuidados adicionais para diminuir a inflamação
Por privilegiar alimentos que auxiliam na redução da inflamação, a dieta anti-inflamatória pode ser uma aliada no tratamento da obesidade, colaborando para a perda do sobrepeso.
Ela é indicada não só para pessoas com obesidade, mas também para todas as pessoas que desejam adotar hábitos alimentares mais saudáveis para prevenir doenças e ter uma melhor qualidade de vida.
No entanto, além de adotar o plano alimentar individualizado elaborado pelo nutricionista, para obter resultados satisfatórios, deve-se também combater o sedentarismo.
Incluir na rotina a prática de atividades físicas moderadas com a realização de no mínimo 150 minutos semanais, como recomendado pela Organização Mundial da Saúde, pode trazer vários benefícios para a saúde.
Outros aspectos importantes incluem a ingestão de água, pelo menos 2 litros (ou 35ml x seu peso corporal) e ter boas noites de sono.
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Referências:
https://www.sbemsp.org.br/imprensa/releases/736-a-obesidade-e-uma-doenca